As discussões atuais sobre alfabetização científica indicam um consenso de que ela é um processo que ocorre por toda a vida do indivíduo em vários espaços de educação. Os museus cumprem um importante papel na educação dos indivíduos fora do ambiente escolar e ao longo da vida. Estas instituições oferecem uma série de atividades educativas com a intenção de aproximar e melhorar a percepção pública sobre ciência. Dentre estas atividades, está a produção e utilização de materiais educativos. O objetivo geral desta pesquisa é: investigar como/se os materiais utilizados nas diversas ações educacionais e culturais realizadas pelos museus contribuem para o processo de alfabetização científica do público. O trabalho foi realizado no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, Sorocaba, SP analisando 27 materiais produzidos pela instituição e a interação de um deles com o público escolar visitante. Os materiais consistem em objetos tridimensionais (animais e plantas conservadas, modelos e réplicas). Para a coleta e análise dos dados utilizamos metodologia qualitativa e quantitativa com diversos procedimentos que nos permitiram triangular os dados para conferir maior credibilidade à pesquisa. Para a análise dos dados utilizamos a ferramenta teórico-metodológica desenvolvida por Cerati (2014), Rocha (2016) e Oliveira (2016), que propuseram indicadores e atributos para avaliar processos e produtos desenvolvidos em museus. Os resultados revelaram que, sob o ponto de vista da intenção da produção dos materiais educativos, eles contribuem para a alfabetização científica com a identificação de todos os indicadores (científico, interface social, institucional e estético/afetivo/cognitivo), assim como 11 dos 16 atributos de alfabetização científica. A interação do público com 1 dos materiais (mochila de curiosidades) mostrou a presença de 2 indicadores e 4 atributos. Concluímos que os materiais contribuem para a alfabetização científica do público, mas que estes poderiam incluir a abordagem de aspectos relacionados com a relevância da instituição, do pesquisador e da própria ciência, atributos pouco identificados durante a análise.