PRODUÇÃO

O ensino na trilha de uma unidade de conservação na perspectiva da Teoria Antropológica do Didático

(MESTRADO)

Glenda Jacqueline Pisetta Hosomi (2017 – atual)

As unidades de conservação são locais privilegiados para a educação não formal e, em especial, para o ensino de ideias e conceitos referentes ao meio ambiente e ao campo das ciências naturais. Isto pode ser comprovado por sua forte presença como alvo das políticas públicas previstas no Programa Nacional de Educação Ambiental, bem como pela relevância da Educação Ambiental como instrumento de conscientização e acesso à cidadania. Nestes locais, a atividade interpretativa é uma das principais e mais comuns ações desenvolvidas no percurso das trilhas, constituindo um instrumento com grande capacidade de agregar valor à experiência do público visitante (Ikemoto, 2008). Frente aos desafios que a modernidade apresenta em relação às questões ambientais, considera-se relevante investigar a abordagem dos conceitos de biodiversidade e conservação no contexto das atividades propostas em uma das trilhas de uma unidade de conservação, buscando compreender como se conformam estes espaços educativos e as ações nele desenvolvidas. A proposta metodológica do presente projeto apropria-se das noções de praxeologia e de níveis de co-determinação oriundas da Teoria Antropológica do Didático, de Yves Chevallard, cuja versatilidade e importância têm sido descritas na literatura referente tanto à educação formal como à não formal. A praxeologia de uma atividade referente a qualquer campo de conhecimento permite compreender a fundo sua construção, pois explicita seu aspecto prático (tarefa e técnica) e lógico (tecnologia e teoria). Já a noção de níveis de co-determinação consiste em uma estrutura hierárquica de planos que se condicionam e se constroem sucessivamente na configuração de uma praxeologia (Artigue e Winslow, 2010). Segundo Achiam e Marandino (2014), o uso dos níveis de co-determinação como uma lente para estudar a transposição didática envolvida no processo transformação da ciência pode fornecer um vocabulário comum e uma visão importante sobre as razões de se ensinar um conteúdo científico de uma determinada maneira e, consequentemente, das causas de ele ser aprendido de certa maneira. É intenção do presente estudo realizar a investigação proposta no Parque Estadual do Morro do Diabo, uma unidade de conservação de proteção integral gerenciada pelo Instituto Florestal de São Paulo. Por ser a principal atração do Parque, a Trilha do Morro do Diabo deverá ser o local específico de pesquisa. Serão objetos de análise seus painéis interpretativos, suas placas de identificação de espécies arbóreas, os objetos naturais associados à trilha e a ação do mediador ao longo de seu percurso, uma vez que só se pode percorrê-la acompanhado de um monitor. Além disto, por meio da análise de documentos e de entrevistas, pretende-se evidenciar os níveis de co-determinação envolvidos na ação educativa ali realizada e assim, identificar as condições que influenciam e conformam tal ação. Segundo Günther (2006), a triangulação de dados obtidos em entrevistas, na análise documental e na observação pode evitar distorções em função do método, da teoria ou do pesquisador, ampliando o rigor da investigação na abordagem qualitativa. Desta forma, espera-se que o presente estudo possa contribuir para uma melhor compreensão acerca das características e potencialidades do ensino que ocorre nas trilhas de uma unidade de conservação, com enfoque especial na maneira pela qual elas tratam das questões de biodiversidade e de sua conservação. Isto é importante porque considera-se fundamental o papel da educação na reversão dos crescentes níveis de ameaça à natureza causada pela atividade humana.

  1. Juliane Apª Lima dos Santos em

    Boa noite!

    Gostaria de saber como faço para participar do grupo de pesquisa e ingressar no mestrado?

    • geenf em

      Ola Juliane, para participar do grupo vc deve ser aluna da pos-graduação da USP. Sugiro buscar informações nos programas de pos da FEUSP e do Interunidades em Ensino de Ciências. Abraços

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