PRODUÇÃO

Relações entre ciência, tecnologia e sociedade em Museus de Ciências

(MESTRADO)

Djana Contier Fares – Bolsista FAPESP (2006 – 2009)

Este trabalho analisa como museus de ciências no Brasil exploram as relações e as interferências mútuas entre ciência, tecnologia e sociedade, utilizando como principais referenciais a educação com enfoque ciência, tecnologia e sociedade (CTS), e a comunicação pública da ciência. A escolha da educação com enfoque CTS está relacionada à discussão sobre a importância da formação de cidadãos críticos diante das questões de ciência e tecnologia (C&T), incluindo a abordagem ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente (CTSA). Já a escolha da comunicação pública da ciência se dá pelo seu debate sobre a mudança na forma de participação do público nas tomadas de decisão sobre C&T. Esses dois referenciais desafiam as instituições que atuam na interface ciência e público a repensar seus objetivos e propósitos. Um questionamento ainda mais relevante, se levados em consideração o crescimento e o fortalecimento dos museus de ciências no Brasil nos últimos anos. Para este projeto, foram selecionadas e analisadas três exposições de diferentes museus de ciências nacionais: Educação Ambiental, do Museu de Ciências e Tecnologia/PUC-RS; Reprodução e genética, do Espaço Biodescoberta do Museu da Vida/Fiocruz, e Os Ciclos Biogeoquímicos e o  Meio Ambiente, do Planeta Terra e a preservação ambiental da Estação Ciência/USP. Para a análise destas exposições foram construídos atributos que pudessem caracterizar uma exposição como CTS ou CTSA. Esses atributos foram divididos em três conjuntos: o primeiro refere-se aos atributos que exploram debates sociais externos à ciência; o segundo refere-se aos que exploram debates sociais internos à ciência; e o terceiro, aos que trazem debates históricos e filosóficos. Dessa forma, a análise foi conduzida identificando esses atributos nos elementos expositivos (objetos, aparatos interativos, painéis de textos, entre outros elementos cenográficos) em cada uma das exposições. Tal análise levou à reflexão de que há diferentes formas de caracterização de uma exposição como CTS ou CTSA. Uma gradação entre exposições que exploram apenas um dos atributos de maneira pontual até as que exploram todos eles; entre esses extremos, estariam aquelas que trazem apenas um atributo, mas em quase todos os elementos expositivos; exposições que trazem mais de um atributo, mas de apenas um dos conjuntos; ou ainda aquelas que abordam um número representativo deles, mas não em sua totalidade. Devido ao desafio de encontrar exposições de cunho CTS no cenário nacional, inclui-se, nesta análise, uma discussão, dirigida principalmente pelas entrevistas realizadas com os elaboradores das exposições, que fizesse emergir explicações para a baixa representatividade dessa categoria de exposições.

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