PRODUÇÃO

O Conhecimento Biológico nas Exposições de Museus de Ciências: análise do processo de construção do discurso expositivo

(DOUTORADO)

Martha Marandino (1998 – 2001)

Esta pesquisa teve por objetivo compreender o processo de construção do discurso expositivo em exposições de museus de ciências que trabalham com temáticas ligadas a biologia. Foram caracterizados os diferentes discursos e saberes que estão em jogo nesta construção, identificando o que ocorre com o conhecimento científico ao ser expresso em exposições. A abordagem metodológica se fundamentou no referencial da pesquisa qualitativa e foram selecionadas cinco exposições dos seguintes museus: Museu de Zoologia, Museu de Anatomia Veterinária, Museu Oceanográfico, Estação Ciência, todos da Universidade de São Paulo (SP), e Museu da Vida – Espaço Biodescoberta, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ). Quanto ao referencial teórico, utilizou-se, inicialmente, o conceito de transposição didática proposto por Chevallard, mais especificamente de transposição museográfica indicado por Simmoneux e Jacobi, para discussão do processo de transformação do conhecimento científico. Com a percepção dos limites de aplicação desses conceitos, novos referenciais foram utilizados e foco da pesquisa se direcionou então para o estudo da construção do discurso expositivo e da relação entre este e os discursos científico e pedagógico. Utilizou-se o conceito de discurso pedagógico de Bernstein e referenciais do campo da comunicação em museus, a partir dos trabalhos de Davallon. A partir do estudo articulado da história da biologia e da história dos museus as exposições foram descritas e foram analisados elementos como os textos, os objetos e a relação entre coleção, pesquisa e exposição, os discursos presentes na elaboração desta mídia e o papel do discurso biológico na constituição do discurso expositivo. Com base nos dados obtidos, três itens foram discutidos ao final. O primeiro refere-se as perspectivas educativas e comunicacionais das exposições estudadas. Percebeu-se que, dependendo da concepção da exposição, evidencia-se estratégias expositivas orientadas para a transmissão ou para a recepção da informação. Entretanto, ressalta-se que não existem simplesmente museus transmissores” ou museus fundamentados na “recepção”, mas sim o uso de recursos que podem privilegiar uma ou outra perspectiva na interação com o público.

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