PRODUÇÃO

Os objetos nos museus de ciências: o papel dos modelos pedagógicos na aprendizagem

(DOUTORADO)

Ana Maria Senac Figueroa – Bolsista CNPq (2008 – 2012)

Esta pesquisa teve por objetivo caracterizar o papel pedagógico dos objetos/modelos nos museus de ciências. Assim, consideramos, neste estudo, os objetos no museu que foram construídos com a intenção de favorecer as relações de ensino e de aprendizagem. Buscamos apontar o papel pedagógico dos objetos em exposições de museus, bem como caracterizar o potencial do objeto em expressar
determinados produtos e processos na aprendizagem, ao ser apresentado em uma exposição de museu. Além disso, procuramos identificar aspectos relacionados aos conceitos e processos que os sujeitos são capazes de perceber, ao observar o objeto em uma exposição. A abordagem metodológica se fundamentou no referencial da pesquisa qualitativa e foi selecionado o Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. A escolha do modelo do esqueleto da preguiça gigante se justificou por tratar do objeto que, pelo seu tamanho e posição expográfica chama especialmente a atenção do público. Além disso, ele tem um papel importante no desenvolvimento de estudos de biologia e de paleontologia, bem como reúne uma gama muito grande de características importantes, o que o tornou adequado para a pesquisa. Selecionamos para a entrevista, o profissional do museu, responsável pela produção dos modelos e um dos elaboradores da exposição. Os cinco jovens convidados a participar desse estudo tinham, na época, 17 anos de idade e cursavam o 2º ano do ensino médio, em escolas privadas, localizadas na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Julgamos que a opção por jovens de um mesmo nível de escolaridade, com afinidades sociais semelhantes e que estabeleciam uma relação de amizade facilitaria a interação social, tornando a visita mais fluida e natural. Tomamos como referência os conceitos de “aprendizagem em museus” explicitados por alguns autores como George Hein, Falk e Dierking, Hooper-Greenhill e Scott Paris. Ainda para a fundamentação teórica da pesquisa, optamos por referenciais teóricos relativos às áreas da educação e de objetos/modelos nos museus, especialmente nos museus de ciências. Para a coleta dos dados da pesquisa, combinamos o uso de múltiplas fontes, com a finalidade de obter as informações necessárias tanto em relação às intenções do objeto pedagógico, ou seja, o modelo do esqueleto da preguiça gigante, exposto no museu escolhido, quanto às interações dos jovens em relação a esse mesmo objeto. Para a coleta de dados com os jovens, a pesquisa contou com três etapas: antes, durante e após a visita ao museu. As etapas foram gravadas em vídeo e áudio, incluindo as entrevistas. Com base nos resultados obtidos, articulamos os dados oriundos do conjunto do “nosso olhar” e do “olhar do museu” e analisamos esses dados a partir dos dois eixos relacionados às dimensões da aprendizagem: o conceitual e o processual. Analisamos, também, as interações de cada jovem com o objeto pedagógico e todo o conjunto expositivo, a partir desses eixos da aprendizagem. Percebemos que as intenções do modelo pedagógico foram, em sua maioria, compreendidas pelos jovens visitantes. Evidenciamos essas intenções a partir dos elementos que compõem os eixos analisados. As interações com os objetos nos museus promovem a possibilidade de realizar observação e descrição, de expressar conhecimento prévio, de promover discussão, criação e testagem de hipóteses. Instigam, ainda, a imaginação e a elaboração de questões. No entanto, no que se refere à formação correta de conceitos científicos, pensar a forma de apresentar os objetos, os textos e as imagens nos museus é fundamental.

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